quinta-feira, 29 de março de 2012

Steve Jobs e sua maior criação

                                         Steve Jobs com sua filha Lisa

Este post não irá ressaltar a brilhante mente criativa de Steve Jobs , como muitos outros posts e matérias em portais já o fizeram muito bem! Mas irá falar um pouco da vida pessoal e familiar do Gênio da Apple.
Lendo algumas matérias na internet, alguns detalhes me chamaram a atenção. Detalhes valiosos que podem servir como aprendizado para nossa vida, muito mais que um ipod, ipad, iEtc.
Aos formandos de Stanford, disse Jobs: “  Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era jovem e não era casada; estava fazendo o doutorado, e decidiu que me ofereceria para adoção.“  Isso aconteceu em 1955. Será que hoje em dia a jovem doutoranda teria optado pela adoção?  Se observarmos a visão da maioria no mundo atual,  talvez a decisão da mãe de Jobs fosse outra, e o mundo não conheceria Steve Jobs, muito menos suas criações.
Curiosamente, desculpem a minha “viagem” e acredito que psicólogos também terão uma viagem parecida ou até maior que a minha, mas Steve escolheu como logo e marca de sua empresa uma Maça Mordida.  No inconsciente coletivo esta maçã mordida é o símbolo da tentação, do pecado. E Jobs era o fruto disso, um fruto rejeitado. Não sei se ele perdoou os pais biológicos por esta rejeição, mas pelo que li nos jornais, ele não quis manter proximidade e nunca encontrou-se com seu pai.
Em um trecho de uma matéria que saiu na G1 e em outros portais, sobre o relato do médico que acompanhou os últimos dias de Jobs:
“…a maior fatia de seu tempo era destinada à família. “Perguntei se ele gostava de ter filhos”, disse Ornish ao “New York Times”. “Steve disse que era 10 mil vezes melhor do que qualquer coisa que ele já tivesse feito.” “Ele não queria desperdiçar um minuto com coisas que ele não achava importante.”
Jobs, ainda novo, com 20 e poucos anos, teve uma filha chamada Lisa, que a principio ele não reconheceu e não quis conhecer.  Porém, um dos primeiros computadores que criou, batizou de Lisa. Quando a filha era adolescente, chamou-a para passar as férias com ele, e quando Lisa entrou na faculdade, passou a morar com o pai, a madrasta e seus meio-irmãos. Steve incentivou-a não só na faculdade, mas também a se tornar escritora como a tia: Mona Simpson, a irmã biológica que Jobs manteve contato e proximidade.
Para Steve Jobs, sua maior criação foram seus filhos. E não é preciso nenhum gênio para realizar isso. Os filhos também mudam nossa visão e modo de se relacionar na vida, são uma revolução pessoal. Não significa que Jobs era um paizão presente. Tanto que ele resolveu contratar um escritor para fazer sua biografia, para que os filhos o conhecessem, justamente por passar mais tempo na empresa do que em casa.
Porém, Jobs não se despediu do mundo cercado dos seus aparelhos inovadores, mas sim de sua família: aqueles que o amam e ele ama. E é isso que realmente importa, no final das contas, para alguém se sentir feliz e levar consigo o amor daqueles que sentirão falta e saudades da pessoa que ele realmente era, e não aquilo que ele fez ou deixou de fazer.
                                                  Jobs e sua familia

sexta-feira, 23 de março de 2012

E se Steve Jobs não tivesse existido?!

               Quando se cita Steve Jobs facilmente pode-se sinonimizar este nome em termos como: facilidade, ou talvez acessibilidade... e até, praticidade, design e outras diversas características que definem não só sua personalidade intrigante, mas também a sua imperialização no mundo tecnológico...



E como seria se Steve Jobs não tivesse existido?!


A indústria, não só de informática, mas de telefonia, música e cinema seria muito diferente, muito limitada. Foi Jobs quem aplicou a ideia de um computador pessoal, sem ele, os computadores continuariam extremamente complexos e seriam destinados apenas à empresas e pessoas que soubessem muito bem o que estavam fazendo com a máquina.


     Sistema Operacional


                Os computadores deixaram de ter uma aparência amedrontadora para muitos usuários graças a Jobs. Os computadores possuíam apenas linhas de comandos com o sistema DOS em vez de janelas e ícones; e então Steve Jobs pensou extremamente em computadores pessoais, computadores para pessoas leigas que não haviam grandes experiências em máquinas como essas.
                A genialidade dele nesta etapa foi introduzir e unir tecnologia complexa e design inteligente. Possibilitando que algo tão incompreensível fosse acessado por pessoas que não tivessem conhecimento profundo de informática. E aí que entra uma de suas tantas obras: Macintosh. Que por sua vez, serviu de modelo para as posteriores criações de sistemas operacionais.


        Na música

            O pensamento tão amplo de S.Jobs não se limitava ao mundo da informática. Além dos IPods, sua grande estrategia foi o ITunes, um serviço online legalizado de download de músicas. O ITunes proporcionou facilidade na vida de músicos podendo armazenar seu trabalho online e vendendo para quem se interessasse. ITunes foi uma ótima ferramenta de combate à pirataria. Tanto por ser tão revolucionária, quanto por exercer preços acessíveis facilitando não só as gravadoras, mas também bandas independentes e internautas.


         E até na televisão....


             Steve Jobs dirigiu a grande indústria de animação PIXAR, na qual lhe proporcionou alguns bilhões a mais.
               "Se hoje existem desenhos animados em 3D, é graças a Pixar, que foi dirigida por Jobs desde a década de 1990. A empresa produziu o primeiro filme infantil animado inteiramente por computador, TOY STORY. Sem ela, as animações convencionais em 2D teriam durado mais tempo. A Disney seria menor e não tão bem-sucedida. A parceria com Pixar arrecadou mais de US$ 6 bilhões e reverteu a queda brusca na popularidade de suas animações". (Jocelyn Auricchio - REVISTA Mundoestranho)

             Jobs não teve apenas sucesso em sua jornada...

  • Em 1983, Jobs criou a Lisa, um projeto que, em tese, deveria ser uma melhoria de Apple II. Porém o projeto custou caro demais e, no fim, ficou muito parecido com o produto anterior.
  • APPLE TV - Jobs pensou em criar uma espécie de computador multimídia, mas a falta de conteúdo e a complexidade de transferência de dados barraram a sua ideia.
  • Jobs fundou a empresa NEXT em 1985. Foi um fracasso financeiro e só não foi por água a baixo porque foi comprada em 1996 pela Apple, trazendo Jobs de volta à empresa. 



Fonte e insparação: REVISTA "mundoestranho (novembro 2011) - EDITORA Abril

                 



           


segunda-feira, 12 de março de 2012

OS X 10.8 Mountain Lion: mais parecido com o iPhone do que nunca



Surgindo quase do nada, o Mountain Lion, a nova versão do sistema operacional da Apple, o OS X, está mais do que sendo feito — ele estará disponível nos próximos meses como atualização. O mais notável é que ele diminuirá ainda mais a linha entre o iOS e o OS X, trazendo aplicativos como o Mensagens, Notas e Lembretes, além de utilitários como a Central de Notificações e — finalmente — o espelhamento via AirPlay do conteúdo do Mac. Baseado no que a Apple revelou até agora, a maioria das novidades leva funcionalidades do iOS para o desktop. Não que tais apps funcionem exatamente como seus análogos no iOS, mas a sincronização direta deles deixa claro o intuito. Confira mais detalhes das novidades.

Mensagens

O aplicativo mensagens substituirá o iChat, permitindo que você troque mensagens com aparelhos com iOS pelo computador (e não se preocupe, ele também terá suporte ao Gtalk e outros sistemas de mensagem instantânea). O FaceTime também foi integrado ao app, o que só corrobora o plano da Apple de consolidar todas as plataformas de mensagem em um só lugar. Isso provavelmente será o fim da estranha divisão entre iMessage, iChat e FaceTime.

Central de Notificação

O novo sistema de notificações do OS X funciona basicamente da mesma forma da versão para iOS, com um menu que corre para baixo e banners com as atualizações. Pelo que estamos vendo, a Central de Notificações irá acabar com o app Growl, que serviu como sistema base de notificações do OS X por anos.

iCloud

Da mesma forma que a Apple está querendo devorar o Growl, eles também irão atrás de serviços como o Dropbox. Agora você pode fazer o upload de documentos do Mountain Lion para o iCloud. Toda vez que você mudar algo no documento, qualquer aparelho que esteja vendo o documento verá as mudanças. Mas, de acordo com o The Verge, a Apple ainda não criou um sistema em que você possa navegar pelos arquivos do iCloud como se ele fosse uma pasta.

Espelhamento via AirPlay

Finalmente, o OS X terá a capacidade de enviar as informações da tela de nosso computador para a TV (desde que você tenha uma Apple TV). O espelhamento é limitado a 720p e o áudio é estéreo, mas isso parece ok para a maioria dos usos.

Lembretes

O mesmíssimo app Lembretes do iOS 5 chega agora ao Mountain Lion. A funcionalidade de GPS não está presente — e aparentemente ela não seria muito útil aqui — mas você pode fazer buscas nos lembretes, marcar datas e receber alertas. Eles basicamente pegaram a base do iCal (que sumirá) e o transformaram em algo mais robusto.

Notas

Escreve alguma nota na versão móvel do app Notas e ela surge na hora em seu desktop. A versão para desktop, no entanto, tem alguns truques a mais. Você pode pendurar notas no desktop. É possível também arrastar imagens para as notas e enviá-las para outras pessoas.

Gatekeeper

O Gatekeeper é uma barreira simplificada de segurança para pessoas preocupadas em baixar programas maliciosos. Malwares não são um problema muito crítico no OS X, mas caso você fique com o pé atrás, o Gatekeeper permite que você escolha três níveis de download: qualquer tipo, apenas softwares da Mac App Store, ou programas de desenvolvedores confiáveis + softwares da App Store. Se algo violar os níveis de segurança que você escolheu, você não pode instalar o app. Isso pode ser muito bom para avôs e avós.

Twitter

O Twitter agora está por todos os lados no OS X. O Mountain Lion permite, por exemplo, que você tuíte fotos e links diretamente do iPhoto e do Safari, e toda vez que você for mencionado ou receber uma mensagem direta, uma notificação automática pipocará — não há necessidade de um software específico para Twitter.

Game Center

O Game Center para iOS sempre foi um território secundário da Apple, mas agora o Mountain Lion leva-o direto para o desktop. Você terá que se conectar aos mesmos números e amigos que você tem no celular, mas agora ele está no seu laptop, oras.

Compartilhamento

Sabe aquele ícone em forma de seta presente no iPhone? Aquele que você clica e envia fotos de seu álbum para algum lugar? Agora esse ícone também estará presente nos apps de OS X: enviar e-mail com notas, fazer upload de vídeos e tuitar estão entre as opções da listinha.

Atualizações anuais

A Apple também avisa que agora as atualizações do OS X serão anuais — assim como o iOS. A ideia é acompanhar a evolução do OS X lado a lado à do iOS, que também tem uma atualização anual programada. Com isso, deveremos ver mais e mais integração entre as duas plataformas — e uma não ficará desatualizada por muito tempo em relação a outra. Até o dia que elas virarem uma só?

Conheça os mais de 250 recursos novos: http://www.apple.com/br/macosx/whats-new/features.html

Fonte: http://www.gizmodo.com.br/conteudo/os-x-10-8-mountain-lion-mais-parecido-com-o-iphone-do-que-nunca/

quarta-feira, 7 de março de 2012

Mac OS X


Mac OS X

Mac OS X (lê-se Mac OS dez, e não Mac OS xis) é um sistema operacional desenvolvido, fabricado e vendido pela Apple destinado aos computadores Macintosh que combina a tradicional mas algo alterada GUI desenvolvida nos anteriores Mac OS com um estável e comprovado kernel UNIX.
Assim, o Mac OS X, lançado inicialmente pela Apple Computer em 2001, é uma combinação do Darwin (um kernel derivado do microkernel Mach) com uma renovada GUI chamada Aqua. As primeiras versões do Mach (não-microkernel) foram derivadas do BSD

Descrição

O Mac OS X apresenta uma grande mudança em relação aos sistemas operacionais anteriores do Macintosh e o código que é a base do sistema é completamente diferente do de versões anteriores. Apesar da maioria das alterações estarem nos "bastidores" do sistema operacional, a interface gráfica de usuário Aqua é o novo recurso mais visível. O uso de bordas arredondadas, cores translúcidas e outros adereços trouxe mais cores e texturas às janelas e controles do Desktop do que a interface Platinum do OS 9. Inicialmente isso gerou bastante controvérsia entre os usuários, com uns alegando que a interface tinha ficado "como um brinquedo" e com falta de profissionalismo; outros alegando que era "outra grande inovação da Apple". O visual é instantaneamente reconhecível e antes mesmo do lançamento da primeira versão do Mac OS X, outros desenvolvedores começaram a produzir skins para aplicativos personalizáveis como o Winamp para ficarem mais parecidos com o visual Aqua. A Apple ameaçou processar pessoas que fazem ou distribuem programas que oferecem uma interface que eles dizem ser derivada de seu design patenteado.
O núcleo do Mac OS X é um sistema operacional open source baseado em Unix, construído em torno de um kernel XNU com recursos básicos Unix acessáveis através de uma interface de linha de comando. Pouco antes do lançamento do Mac OS X a Apple lançou esse núcleo como Darwin. Em cima desse núcleo, a Apple projetou e desenvolveu um número de componentes de código fechado (closed source) de licença proprietária incluindo a interface Aqua e o Finder (o sistema de gerenciamento de arquivos). A combinação da interface amigável e o poder do núcleo open source Darwin/BSD tornaram o Mac OS X o ambiente baseado em Unix mais bem vendido até hoje em número de computadores vendidos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Regis McKenna fala do comercial “1984”, da Apple e de Steve Jobs

Não existem muitas pessoas que podem falar da Apple com propriedade, com conhecimento de causa. Regis McKenna definitivamente é uma delas. Para quem não sabe, McKenna foi quem esteve ao lado de Steve Jobs no começo da Apple, e era a mente por trás do marketing da Maçã — sendo o único membro de fora da empresa a fazer parte dos encontros executivos entre os anos de 1983 e 1987.

Em uma recente entrevista para a Advertising Age, McKenna falou sobre alguns assuntos como seu atual momento profissional — ele vendeu suas empresas de publicidade e de relações públicas, e agora trabalha como consultor em marketing — startups e, é claro, Apple e Steve Jobs.

McKenna disse que as empresas sempre estão em busca de atenção, de audiência, mas que isso não é a solução dos problemas. A verdade é que não adianta uma empresa chamar atenção se ela não tem um bom produto/serviço para apresentar, para vender. E, na opinião de McKenna, foi exatamente isso que aconteceu com o famoso comercial do Macintosh, de 1984.


Com ele, a Apple conseguiu a atenção que ela queria, mas seu produto era completamente falho — o computador era extremamente caro para ser fabricado e, dois anos depois, a Apple estava perdendo dinheiro com ele. O conflito também foi uma das causas da saída de Steve Jobs da companhia. O intuito do comercial era bater na IBM, mas a verdade, segundo McKenna, era que a Apple não estava pronta para o mercado corporativo — apesar disso, até hoje o “1984” transmite muito da atitude da empresa (a rebeldia contra o status quo), fazendo mais sucesso que o produto em si.

Falando sobre Jobs, McKenna disse que o cofundador e ex-CEO da Apple o procurou quando o “Antennagate” estourou na mídia. Ambos se reuniram pouco depois junto a um time de executivos da
Apple e, para a supresa de McKenna, os dados da empresa indicavam que as reclamações a respeito da antena e de falhas na ligação eram maiores em antigas versões do iPhone do que no aparelho de quarta geração. Assim, McKenna aconselhou Jobs a seguir exatamente esse caminho — contra fatos não há argumentos. Pouco depois, a mídia já estava mais “calma”.

Comentando a recente biografia autorizada escrita pelo autor Walter Isaacson, McKenna achou que ela é bastante negativa com Jobs. Apesar de conhecer as histórias de Steve e de conviver ao lado dele por décadas, ele nunca presenciou uma confrontação daquelas, ou seja, nunca viu alguém sendo “Stevado”.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Segurança no mundo Apple: infraestrutura Unix

A Apple e seu Mac começou a retomar forma após lançamento do iMac com um novo sistema, o Mac OS 9. Ele foi uma tentativa — algumas características Unix passaram a ser incorporadas, mas sem muito sucesso: o Mac OS 9 era arcaico demais para incorporar aquela tecnologia. Jobs resolveu matar o Mac OS como era conhecido, e então decretou o fim do Mac OS 9. Paralelamente a isso, deu-se início à criação de um novo sistema operacional dentro da Apple, um sistema naturalmente “evolucionário”, batizado inspiradamente de Darwin. Este era um fork do FreeBSD, com características do kernel Mach herdadas do NeXTSTEP, com um kernel monolítico integrado agora FreeBSD, e toda a base (userland, bibliotecas, etc.) FreeBSD e algumas vezes, NetBSD. Trechos do NetBSD foram inicialmente utilizados em aplicações da base para a arquitetura PowerPC, típica à época dos iMacs.
O Darwin passaria a ser um sistema baseado no FreeBSD, com heranças Mach do NeXTSTEP, e a Apple nessa base estável, sólida e comprovada, focaria seu desenvolvimento no “diferencial” Apple: o kernel adotou o “Core Graphics” e “Core Audio”, a interface gráfica incorporou características NeXTSTEP incluindo o Dock, mas também a nova interface Aqua, bibliotecas como Cocoa e outros recursos de usabilidade e user-feeling que tanto diferenciam a Apple. Por trás disso tudo, o coração BSD, com artérias Mach. Isso alinhava-se com outra intenção de Jobs: a troca de arquitetura, sair de PowerPC e ir para Intel. Só hoje, após ler a bibliografia de Jobs, sabemos que ele planejou a longo prazo, escolhendo como base um sistema focado em arquitetura Intel, sem se importar em ter que fazer adaptações temporárias para rodar também em PowerPC: a plataforma mais tarde seria descontinuada em favor de arquitetura Intel apenas, tornando a escolha FreeBSD com o tempo mais acertada ainda.
Ícone - Mac OS XEm 2000 foi lançado o novo Mac OS, a décima (e tão diferente) versão, e, para garantir a qualidade, Jobs contratou como engenheiro-chefe de software Unix na Apple, Jordan K. Hubbard, fundador e criador do FreeBSD. O JKH ainda ocupa esse cargo, sendo a pessoa por trás das bases Unix do OS X e do iOS (colega direto de Scott Forstall). Hubbard foi apresentado a Jobs através de um amigo em comum, John Lasseter, um dos três fundadores originais da Pixar, hoje animador na Disney. Lasseter, um dos grandes nomes da animação gráfica de todos os tempos, além de amigo pessoal de Jordan Hubbard e Steve Jobs, é ainda amigo de McKusick, um dos pais do BSD Unix.
Os recursos de segurança do OS X são fatores diretamente herdados (e construídos juntos, a bem da verdade) da base BSD Unix. Um projeto chamado TrustedBSD financiado por dez anos pela Agência de Pesquisas e Projetos Avançados de Defesa (DARPA) do Departamento de Defesa dos EUA (DoD), passou a ser criado sob base FreeBSD (e para FreeBSD) com objetivo de implementar requisitos de segurança da informação de especificações militares (baseadas no Orange Book / TCSEC – Trusted Computer Systems Evaluation Criteria) e na especificação POSIX.1e. A Apple e a Sun Microsystems passaram a ter interesse direto nesse projeto e participaram apoiando o desenvolvimento dessas tecnologias no FreeBSD e posterior adoção em seus sistemas. Isso vale à Apple o certificado oficial de sistema Unix, e também um dos únicos sistemas operacionais classificados com padrão de segurança TCSEC/B3 pelo DoD dos EUA.
O OS X tem desde então evoluído, em recursos que normalmente são focados na usabilidade e interesse geral do usuário final. Mas é a evolução por trás de sistema de arquivos, gerência de recursos, que permite que tenhamos resultados como Versões (Versions), Resume e, agora/em breve, recursos de segurança como Gatekeeper e sandboxing na Mac App Store.

 Em sua documentação oficial, a Apple aponta que o kernel do OS X (coração do sistema operacional) é construído com base nos sistemas BSD Unix e Mach. Essa implementação abrange os recursos primários dos sistemas de arquivos, serviços de rede, gerenciamento e identificação de usuários e grupos do sistema. A camada de segurança do OS X é formada pelo subsistema BSD Unix, garantindo que as políticas de segurança sejam imperativamente respeitadas em todos os aspectos do sistema (arquivos, processos, rede e memória). Do outro lado, o Mach fica responsável pelo gerenciamento de memória, controle de threads, gerenciamento de hardware e comunicação entre processos. Parecem duas “almas” trabalhando em conjunto, um kernel híbrido formando o coração do OS X e isso é fundamental para a segurança do sistema.
Apple - UNIX - Mac OS X
Para que possamos compreender como a Apple chegou até o mundo Unix, convidei o meu amigo e sócio Patrick Tracanelli (@eksffa), um dos maiores conhecedores sobre BSD no Brasil, para compartilhar conosco um pouco da história e do seu conhecimento técnico sobre o assunto.

Quando Steve Jobs saiu da Apple, em maio de 1985, oficialmente os argumentos de John Sculley para convencer a diretoria da empresa eram problemas financeiros e fracassos em projetos recentes, como de vendas quase insignificativas do Apple Lisa alinhados à queda na aceitação de sistemas Mac. No entanto, os desentendimentos precediam os fatores de negócio, e iniciavam-se na parte técnica. Jobs estava descontente com o estado dos Macs e seu sistema, e insistia que eles deveriam assumir uma personalidade mais “Unix”. Essa ideia era muito bem aceita por parte da equipe de desenvolvimento da Apple e má vista por outra parte e alguns gestores, como Sculley. Foi só recentemente que uma passagem da biografia autorizada de Jobs indicou consistentemente que a ideia de tornar o Mac mais “Unix” foi um dos grandes estopins para desentendimento de Jobs com Sculley e a diretoria.
O resultado disso, sabemos, foi a saída de Jobs da Apple, o que abriu margem para novos empreendimentos do gênio da Maçã. Além de sua relação com Hollywood por meio da Pixar, Jobs criou a NeXT Computer, empresa que passaria a criar hardware e sistema operacional de grande poder de processamento matemático, com foco inicialmente no mercado acadêmico que sempre teve grandes demandas de poder computacional para simular estudos e cálculos complexos. Os computadores da NeXT mostraram-se, depois, adequados a processamento gráfico de grande desempenho, como efeitos gráficos e animações em filmes e comerciais de TV. Na NeXT, Jobs colocou em prática seus planos e, junto aos computadores da companhia — incluindo o famoso NeXTcube —, foi criando um sistema operacional, o NeXTSTEP.
O NeXTSTEP juntou, em um único sistema, as características Unix outrora planejadas e outros recursos. O sistema passou a ser fundamentado em um kernel de arquitetura microkernel, o Mach. Este, por sua vez, é um kernel criado na Universidade de Carnegie Mellon, cujo objetivo original era formar um sistema Unix completo, livre da licença comercial da AT&T; para isso, o conceito original do Mach é um kernel rodando sob uma base (userland, aplicações, bibliotecas, etc.) BSD, já que o BSD Unix em versões antes do 4.4-BSD Lite2 dependia da licença do AT&T Unix (comercial) para ser utilizado. Então o Mach, em uma base BSD, incorporando do kernel BSD as tecnologias relevantes, criadas pela Universidade de Berkeley (onde o BSD foi criado), passou a dar origem ao NeXTSTEP dentro da NeXT.
Portanto, a inspiração original do Mach foi incrementada no NeXTSTEP que passava então a ser um sistema de base BSD (userland), kernel Mach mas também kernel BSD. Devido à natureza híbrida do novo sistema e monolítica do kernel BSD, o microkernel Mach passou a poder se comunicar independentemente (como originalmente) mas registrar-se no kernel monolítico BSD, de forma similar a módulos e extensões de kernel (chamados kext no OS X, isto é, kernel extensions), o que faz com que o microkernel Mach cumpra as exigências de segurança do BSD. Mais tarde isso seria melhorado, com a adoção dos Kernel Entry Points BSD no Mach (projeto TrustedBSD) permitindo componentes imperativos de controle de acesso (MAC – Mandatory Access Control) do BSD impor controles também no Mach.
Junto a essa arquitetura Unix, o NeXTSTEP trouxe display em PostScript e um subsistema de janelas gráficas, junto a uma base de desenvolvimento fundamentada em kits de orientação a objeto e uma nova linguagem: Objective-C. Essa plataforma computacional também foi a base para a criação da última dentre as principais tecnologias internet, a Web. À época já tínhamos correio eletrônico, DNS (criados em Berkeley, BSD), FTP, Gopher, etc. Mas foi só em 1990 que Tim Berners-Lee, em um NeXTcube com NeXTSTEP, criou o primeiro servidor HTTP e o primeiro navegador, batizado de WorldWideWeb (dando origem à sigla WWW). A alma da web, o HTML, foi baseado no Textclass da NeXT.
Em 1997 a Apple adquiriu a NeXT, com interesse inicial no sistema operacional. Naquela época o BSD já era livre (open source) e rodava em plataformas abertas. Então a ideia era trazer pra Apple algo parecido ao que a NeXT tinha no NeXTSTEP, com base no NeXTSTEP porém novo e melhor. Os componentes Mach foram reaproveitados do NeXTSTEP, mas a base BSD deu lugar à base FreeBSD, um BSD mais moderno, livre, com uma licença mais amigável e que tinha desenvolvedores originais do BSD Unix.


POSTADO POR FABIO NASCIMENTO EM 02.03.2012
FONTE - MACMAGAZINE.COM.BR