Regis McKenna fala do comercial “1984”, da Apple e de Steve Jobs
Não existem muitas pessoas que podem falar da Apple com propriedade, com conhecimento de causa. Regis McKenna definitivamente é uma delas. Para quem não sabe, McKenna foi quem esteve ao lado de Steve Jobs no começo da Apple, e era a mente por trás do marketing da Maçã — sendo o único membro de fora da empresa a fazer parte dos encontros executivos entre os anos de 1983 e 1987.
Em uma recente entrevista para a Advertising Age,
McKenna falou sobre alguns assuntos como seu atual momento profissional
— ele vendeu suas empresas de publicidade e de relações públicas, e
agora trabalha como consultor em marketing — startups e, é claro, Apple e Steve Jobs.
McKenna
disse que as empresas sempre estão em busca de atenção, de audiência,
mas que isso não é a solução dos problemas. A verdade é que não adianta
uma empresa chamar atenção se ela não tem um bom produto/serviço para
apresentar, para vender. E, na opinião de McKenna, foi exatamente isso
que aconteceu com o famoso comercial do Macintosh, de 1984.
Com ele, a Apple conseguiu a atenção que ela queria, mas seu produto
era completamente falho — o computador era extremamente caro para ser
fabricado e, dois anos depois, a Apple estava perdendo dinheiro com ele.
O conflito também foi uma das causas da saída de Steve Jobs da
companhia. O intuito do comercial era bater na IBM, mas a verdade,
segundo McKenna, era que a Apple não estava pronta para o mercado
corporativo — apesar disso, até hoje o “1984” transmite muito da atitude
da empresa (a rebeldia contra o status quo), fazendo mais sucesso que o produto em si.
Falando sobre Jobs, McKenna disse que o cofundador e ex-CEO da Apple o procurou quando o “Antennagate”
estourou na mídia. Ambos se reuniram pouco depois junto a um time de
executivos da
Apple e, para a supresa de McKenna, os dados da empresa
indicavam que as reclamações a respeito da antena e de falhas na ligação
eram maiores em antigas versões do iPhone do que no aparelho de quarta
geração. Assim, McKenna aconselhou Jobs a seguir exatamente esse caminho
— contra fatos não há argumentos. Pouco depois, a mídia já estava mais
“calma”.
Comentando a recente biografia autorizada escrita pelo
autor Walter Isaacson, McKenna achou que ela é bastante negativa com
Jobs. Apesar de conhecer as histórias de Steve e de conviver ao lado
dele por décadas, ele nunca presenciou uma confrontação daquelas, ou
seja, nunca viu alguém sendo “Stevado”.
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